



À tarde, fomos para o Parque da Independência. Pouco público. Mas muitas das crianças da escola da manhã, foram nos ver outra vez. No parque, muitos meninos cheirando cola. Na hora da roda, caiam porque não se aguentavam em pé. Que tristeza.Eles que, por todo o espetáculo, ficaram atentos, sentados, cantando, na hora de brincar não conseguiam. Sai pensando muito nisso. Sempre fazemos teatro na rua e com o público cheio de moradores de ruas, de bêbados, de cachorros, mas nunca para crianças que não conseguiam brincar. E eles gostaram do espetáculo (ficaram por todo o tempo, com olhos brilhando). Pensei em como experiências artísticas poderiam mudar isso. Desafiei os artistas angolanos para uma ação assim. Crianças podem ser pobres, podem passar por problemas... Mas, apesar de tudo e de todos, a brincadeira é transformadora, é o dever e direito da criança. Uma criança que não consegue brincar é a coisa mais triste do mundo.
À noite, ministramos a oficina brincante na Casa da Cultura Brasil Angola para artistas e educadores. Com duração menor do que as oficinas dos outros países, corremos e suamos juntos pra passar por todas as canções. E foi uma delícia. Cheios de vida e vontade, Angola tem artistas maravilhosos.
No fim da noite, fomos comemorar o aniversário da Dani, num restaurante lindo na beira do mar.
Um dia e tanto de Angola.
Relatos de Mariana
Fotos: Daniela Arruda
Um dia com paixão de uma vida inteira. É a África cheia de surpresas, cheia de contradições!
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