Foto do primeiro espetáculo do Maria Cutia, "Na Roda".
O Grupo Maria Cutia foi criado em 2006, na cidade de Belo Horizonte. Seus trabalhos, inicialmente, contemplavam mais as músicas regionais, o resgate de brincadeiras populares e o teatro de rua em sua forma mais arcaica, sem grandes cenários ou armações. Com o passar dos anos, foi estruturando-se como uma companhia de teatro que mistura gêneros, linguagens, cultivando pesquisa própria, a qual denomina de música-em-cena.
Alicerçando sua produção na música (em todos os espetáculos do grupo ela é integralmente executada ao vivo pelos atores) e na improvisação permitida pelo jogo do palhaço e da máscara, mescla o regional/popular com a mistura de gêneros rítmicos e de interpretação.
Durante essa intensa escavação cênica, outras linguagens foram se incorporando e consolidando como importante foco de experimentação do grupo. Ao trabalhar com diversos profissionais, como os diretores argentinos Guillermo Angelelli, Raquel Sokolowicz e Marcelo Savignone, José Regino Oliveira (de Brasília), os palhaços europeus Jeannick Dupont e Johnny Melville, além de Ésio Magalhães, Alice Viveiros de Castro, Grupo Galpão, Clowns de Shakespeare, Grupo Teatro XIX, Os Satyros, Ói Nois Aqui Traveiz, dentre outros, construiu um arcabouço teórico/prático bastante extenso sobre a interpretação teatral e, mais especificamente, a da figura do palhaço.
A pesquisa com a máscara expressiva é iniciada ainda no curso profissionalizante do Teatro Universitário da UFMG (T.U.) - na qual Fernando Linares ocupa a cadeira de Interpretação Dramática. Desenvolvendo experimentações com as máscaras neutra, larvária, inteira de olhos pintados, balinesa, da Commedia Dell´arte e das expressivas, pôde estender esse trabalho, principiado com Linares, para dentro do grupo. Neste momento, inicia investigações com a máscara expressiva também com outros profissionais como Marcelo Savignone e Ésio Magalhães. Ainda sob o impacto de tais referências, inicia sua própria pesquisa, confeccionando máscaras e levando-as para a experimentação na rua com o público.
Atualmente, o grupo alicerça seus pensamentos, questões e experimentos dentro do universo dessas três artes: a música-em-cena; a máscara expressiva; e o palhaço; acreditando que vários aspectos de representação se aproximam e dialogam entre essas linguagens.