Imagine uma nuvem de pássaros que produz um som de chuva, como se combinassem uma tempestade de asas prestes a desabar num final de tarde. Imagine ao fundo um caudaloso rio em que o Sol pousa seus aros de fogo intentando, inútil, evaporar de súbito aquelas úmidas margens. Imagine um apanhado desmedido de pessoas que pulsam, latejam. Imagine...
Como uma pessoa pode orientar, reconhecidamente, a formação de um público fiel e paciente para assistir a um espetáculo com atrasos de mais de uma hora? Em nossa primeira cidade e estado visitados na turnê Rumo ao Norte, conhecemos uma figura encantadora, de extrema competência e sensibilidade, com um humor guiado por uma não menos inusitada fisionomia "Roberto Leal" (esse adjetivo/sobrenome, inclusive, caberia mais ao seu sósia que ao real). Chicão e O Imaginário são daqueles encontros provocados apenas pelo teatro: vivo; sincero; cúmplice. O que eles fazem não há precedentes no teatro rondoniense e, acredito, encontra poucos exemplos no resto do país.
CONCERTO EM RÉ, na sexta-feira. |
O Brasil é um país colossal, com dimensões continentais. E este fato, infelizmente, parece refletir também nossa ignorância e provincianismo. Descobrir nosso “continente” é algo que tentamos e queremos fazer com obstinação. Mesmo cansados, muitas vezes de nós mesmos, depois de tantas longas viagens de trabalho, notamos onde estamos e isso parece ser o suficiente, como um respiro para um escafandrista.
COMO A GENTE GOSTA, no sábado.
Obrigado Chicão e a todos os rondonienses por nos provocarem tão lindas e inesquecíveis sensações. O que vocês têm é ouro, o cálice sagrado da simpatia.
NA RODA, no domingo.
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