Segundo o Dicionário Aurélio:
preconceito
(pre- + conceito)
s. m.
1. Ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial.
2. Opinião desfavorável que não é baseada em dados objectivos. = INTOLERÂNCIA
3. Estado de abusão, de cegueira moral.
4. Superstição.
Imagino que para uma pessoa edificar um comentário sobre algo que apreciou deve ter refletivo sobre o mesmo ou sobre ações suas que podem comprometer aquilo que diz. Assim, não se baseando em questões objetivas, mas sim aleatórias, podemos, todos nós, lançar mão (ou melhor, boca) de qualquer impropério sem o menor constrangimento, acreditando, inclusive, fazer o bem comum. No entanto, este abuso é como um espelho que reflete a efígie mais pálida e grotesca de uma moralidade velada e, porque não dizer, infundada. Primeiras impressões não podem ser promovidas como satisfatórias observações.
homossexualismo (cs)
(homossexual + -ismo)
s. m.
Prática de actos sexuais entre indivíduos do mesmo sexo. = HOMOSSEXUALIDADE
Antes de tudo, é necessário conviver – e não conhecer. O que se vê são reverberações, ecos de comentários preconceituosos proferidos por uma sociedade iconoclasta, arcaica e historicamente sectarizante. Assim, até mesmo quando se pensa dizer algo que se diz, na verdade são falas de outro. E de agora em diante, degolados por um adágio roto, tomando posse de aforismos tão discrepantes em sua colocação – que se soubesse de vera o que dizem nunca os teria feito – caminham sonâmbulos sem perceberem seu vitalício infortúnio. Pessoas que tratam o homossexualismo como um tabu, que deve ser comentado em voz baixa, apagado e escondido num canto de canto, são indivíduos que transbordam intolerância e preconceito.
hipocrisia
(grego hupokrisía, -as, desempenho de um papel)
s. f.
1. Fingimento de bondade de ideias ou de opiniões apreciáveis.
2. Devoção fingida.
Não entendo porque quando um espetáculo em que o tema homossexualismo é tratado com tanta perversão, volúpia e superficialidade, não é taxado como preconceituoso. Muito menos que as pessoas saiam deste com um pensamento “leve”, como se cavassem com uma pá suas cabeças e sacassem de lá as hipocrisias que tanto reverberam não exercer, mas que alardeiam em comentários inflexivos, não pensados sobre o tema. E apesar de não ser um espetáculo para crianças, estas nunca tiveram ou manifestaram em nenhuma das apresentações até hoje feitas do “Concerto em Ré” qualquer tipo de preconceito contra os homossexuais. Nunca tiveram uma percepção “estranha”, “pervertida” – ao não ser que a associação com o Super-Homem e com um público pequeno e grande seja uma relação tão promíscua quanto a que algumas pessoas pensam ou sentem sobre o homossexualismo. A visão do adulto. Percebemos, algumas vezes, que comentários do tipo “este espetáculo é preconceituoso e sexual” são interessantes, todos os comentários são e, nós criadores da obra, devemos recebê-los como qualquer outra crítica ou elogio: com parcimônia.
Todavia, associar este ao pensamento ou a opinião das crianças é de uma estupidez desmedida. Isto, pois a montagem aqui citada nunca foi ou tomará hipocritamente de frente esses assuntos. Sobretudo, pelo respeito que temos com os homossexuais e as crianças. Este cuidado, inclusive, tivemos durante o processo de construção do “Concerto...”. Assim, que fique bem claro, abordamos estes temas (o preconceito e a hipocrisia) justamente para atinar os outros aos mesmos. Buscando criticá-los, execrá-los, com o intento de provocar a reflexão e o desadestramento de nosso espírito, braços da sociedade, já tão impregnado de asquerosidades e perversidades com as coisas naturais de nossa existência.
E nós, como artistas na tentativa de subverter essa visão, sentimo-nos frustrados em perceber que nossa intenção fica enterrada, no subterrâneo da ignorância e, talvez da arrogância, de quando alguns não percebem o equívoco de suas próprias palavras. Paciência. Insistamos mais um pouco.
Leonardo Rocha
Zirinho, me conta um trem... vocês foram CENSURADOS?
ResponderExcluirFala Nanda! Então, não é censura. São opiniões sobre o espetáculo que se contradizem. Na verdade, não somos nós que temos preconceito sobre o homossexualismo ou uma sensualidade pervertida. Às vezes, são pessoas que os tem ao dizerem certas coisas e não percebem... fazer o quê? rs
ResponderExcluirBeijos!
E o Peru? E a huancaína? E o pisco? E as flores da praça de Miraflores?E a truta grelhada? e...
Público ou crítica, Nadito?
ResponderExcluirDe qualquer maneira, não importa, este assunto ainda será assunto enquanto as pessoas o tratarem como tabu, o que não é o caso de vocês.[good]
O Peru continua o mesmo, a diferença é que agora dá pra pegar praia.
Ah! Uma novidade! Decidi aprender a cozinha este ano, apesar de ter encontrado um cozinehiro vegetariano por estas bandas daí[ótimo partido], já fiz macarrão ao molho branco e sopa de legumes, agora vem o pachamanca. Rsrsrs
Beijos e boa estada na Argentina!
E criança nenhuma tem preconceito, só pais! Isso é o que importa!
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