segunda-feira, 14 de junho de 2010

Todo Sentimento

Tantas emoções, Begônia agüenta. É super star. Está acostumada. Nasceu pra brilhar. Eu não. É muito sonho, muita alegria, muita energia tudo junto e misturado.

Ser artista no Brasil, nos tempos do hoje e viver do seu trabalho é sempre muito diferente do que todos imaginam. Não é incomum nos perguntarem depois de um espetáculo: “Nossa é tão lindo o que vocês fazem. Vocês são tão espontâneos. Mas com o que trabalham durante a semana?” Fazemos teatro. Sempre teatro. Todos os dias. Todas as manhãs, tardes, noites e madrugadas. Fazemos teatro sozinhos. Fazemos teatro juntos. Fazemos teatro em grupo. E como é difícil. Ontem, vi nascer uma obra toda nossa. Músicas e letras. Roteiros e textos. Gags e piadas. E o mais importante - aquilo mais bonito de nós mesmos - nossos ridículos, nossos sonhos, nossos desejos, nossas graças: nossos palhaços! E não existe palhaço sem público. Ver nascer este encontro é muito emocionante. Talvez ninguém que esteve por lá (e ó que tinha muita gente!) conseguiria entender todo este sentimento.

Há um ano, começamos a criar este espetáculo. Ele já foi tanta coisa. Begônia já foi uma aventureira em busca de um tesouro perdido em um mapa, pra vocês terem uma idéia do tanto que caminhamos. E depois de tanto trabalho e diversão, sofrimentos e satisfações, investimentos e dívidas, pré-produção, pós-produção, produção escrita-financeira-sonhadora, conseguimos juntos (bem juntinhos mesmo), o encontro com o público pra mostrar todas as nossas bobagens.

Noites sem dormir sonhando com o som que não funcionava, na letra que esquecia, em tudo que me virei em mil pra acertar todos os detalhes da estreia. Afinal, pra ser espontâneo na hora, tem um trabalhão todo antes. E teatro com música, trabalho dobrado. E grupo sem diretor, trabalho multiplicado. Tem decisão que só sai por votação, por par ou ímpar, pela vontade de fazermos juntos. Obrigada Nado, Marielle, Hugo (e Rafa, mesmo de longe) por me fazerem sentir tudo o que senti ontem. Por fazer no teatro o que quero para minha vida. Senti uma satisfação tão tão forte ontem que nem encontro palavras. Queria que todos no mundo que escolheram a arte como seu ofício sentissem isso um dia. Essa deve ser a promoção do artista.

E, ao público, tudo isso é feito pra vocês. Pra quem queremos nos mostrar como somos: bobos, ridículos, transgressores do mundo real. Assim somos: Palhaços.
Que venha pela frente muito ensaio para crescer e amadurecer nosso Concerto. Muitos espetáculos e chapéus para sanar as dívidas adquiridas e o mais importante: muito, muito, muito público pra tanta bobagem que ainda queremos fazer.

Se texto fosse flor, um tanto de begônia para os que leram.

Um beijo bem grande.

Mariana

4 comentários:

  1. Estou aí...
    Fazendo as fotos (e nunca enviando),
    dando alguns poucos pitacos, sugestões nas letras, na cena...
    Estou aí, nesse espetáculo, sim, um pouco de longe. Mas sempre 'na roda' pro q der e vier. Quem sabe um dia eu me "concerto". Oq a gente faz é lindo mesmo!

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  2. Desculpa a minha ausência, mas nessa vida de artista tem dia que agente não tem dinheiro nem pra pegar um ônibus quem dirá dois, mas até sonhei com o espetáculo para me redimir rs e estava mandando boas vibrações a todos esses palhaços que de alguma ou de outra maneira vi crescer, surgir... não tenham duvida de que o trabalho é lindo e se trabalho é flor, depois de tantas aventuras músicas, figurinos e concertos, ele desabrochou e agora é chegada a hora de apresentar! Parabéns Begônia, Felim (com M), Marmota e Tadeu!

    Adorei o agradecimento(se meu nome não tivesse ai, nunca mais
    conversaria com nenhum de vcs rs)

    Beijos desta que não é só fã dos plantas!!!!

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  3. Bom! Lá vou eu falar sem ter visto o espetáculo, mas vou falar com a emoção que senti de longe daqueles que foram. O que eu sei é que conhecendo esses palhaços como conheço foi uma estreia para marcar os corações, não só dos palhaços, mas de todo o público, como descreveu Marianita! Ser artista é difícil, é dureza,mas também é recompensador, pois poucos tem a chance de mudar a vida de alguém com sua arte de emocionar, fazer rir ou chorar de rir. O que é difícil, né gente? Não é só colocar um nariz vermelho e pronto. Tem muito trabalho, muito suor e, principalmente, muitos sonhos envolvidos nesta 'palhaçada' toda. Fico orgulhosa dos artistas que vivem da sua arte e o mais importante, vivem dos seus sonhos como essa trupe. E ansiosa pra pretigiá-los deixo o meu beijo. FELICIDADES!!!

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  4. Feliz daqui por ouvir tanta doçura e tanta aligria que não cabendo mais no seu peito, invade o peito de quem não viu nem ouviu, mas que já se acha invadido por tamanha filicidade...

    Que bom! E é assim que deve ser. Begônias recebidas.

    Bia

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