segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Diário de bordo



Estamos em processo de montagem de nosso novo espetáculo. Ainda sem definição do nome, temos a estrutura com a qual vamos trabalhar. Será uma banda de palhaços. Até então, nenhuma novidade, posto que "banda de palhaços" já é algo pensado e montado por vários grupos, tendo em vista, por exemplo, o ótimo e, infelizmente passado, Musiclown. Nossa intenção primeira era montar algo com um enredo, uma estória a ser contada. No entanto, percebemos que, para e em nós, este não seria o melhor caminho. Acostumados uns com os outros, há tanto tempo tocando juntos no "Na Roda...", descobrimos - ou fomos atentados por Zé Regino e Ésio Magalhães - sobre o motivo de não trabalharmos com música.

Assim, por que não? Inicialmente, um fardo imenso parece ter sido tirado sobre nós e uma descoberta nos acometeu: ao invés de contarmos uma estória dramatúrgica, com começo, meio e fim, esta pode ser a própria representação daqueles palhaços em uma banda, em como eles se relacionam. Desta forma, começamos a tentar identificar em como isto se daria, ou seja, quais músicas seriam escolhidas para serem trabalhadas. Fazer uma paródia, resignificar as letras com ações, são todos características de criação no universo do palhaço.

Contudo, porque, mais uma vez, relegaríamos uma identidade do grupo, que é a de tocar músicas dos outros, mas também fomentar nossa imaginação para outros lugares. Resolvemos, então, que escreveríamos e musicaríamos todas as músicas do espetáculo. Este tipo de criação pode parecer pretensioso e, em verdade, o é. Sabemos que trabalhar com a linguagem do palhaço já é algo complicado, que exige pesquisa e trabalhos diários, quiçá criar músicas para estes palhaços num espetáculo cênico-musical! Mas, apesar disto, acreditamos no nosso trabalho e esticaremos nossos rostos para tapas, se assim o for necessário. Apesar de termos alicerçado vários espetáculos até se ter chegado neste, percebemos o quão rico e importante é a unidade de um grupo. Não somente entre artistas, mas entre pessoas. Portanto, o faremos com vontade de criação, de experimentação, no anseio de provocar descobertas, tanto para nós como para o público.

Com o nariz vermelho à frente, olhos sinceros e uma vontade imensa de partilhar nossas criações, esperamos de todo coração que este seja um espetáculo de palhaços.

2 comentários:

  1. Já estou na expectativa... e torcendo muito por vocês, sei que sairá um trabalho belíssimo. Sucesso!

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  2. Mas não buscaram a geladeira até hoje!

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