O Palhaço Zabobrim

O grande ator Ésio Magalhães, do Barracão Teatro, um mestre da palhaçaria brasileira, que passeia por palcos, ruas, hospitais e circos. O pequeno Zabobrim – palhaço que vem de Minas, mas que há tempos vive em Campinas-SP, dedicando-se a pesquisa do teatro das máscaras e dentre elas, da menor máscara do mundo: o nariz vermelho.

Neste Festival, eu e os meninos trabalhamos com Ésio na oficina "O ator e a máscara". Eles, já com uma referência da linguagem de máscaras do TU, nas aulas com Linares, e eu - louca - colocando meu corpicho em novos eixos para dar vida aquelas caras. Ui! Ésio, já conhecia de outros carnavais (ele: meu mestre na palhaçaria!) é uma referência na minha formação artística. Com ele me iniciei palhaça e vi Begônia brotar de mil borbulhações que viviam em mim. "E uma palhaça pode ser bonita, sim!" - sempre diz o mestre pra mim. E que grande paspalhona eu sou.

É claro que bobos do tanto que somos, mostramos as máscaras do Tatê pra ele e, no meio da Baiúca de Diamantina, em parceria com a Trupica Trupe, apresentamos o Coco de Mim. Uau! Entrar com meu nariz vermelho e dar de cara com o Zabobrim na frente é de amarelar (ou avermelhar) qualquer um. Mas, apesar dos contratempos da apresentação, foi gostoso.
O mais interessante de tudo, além de ver o pequeno grande Ésio dentro da sala de ensaio, jogando junto com todos os anjos para o aprendizado de seus alunos, é ver Ésio em sua faceta palhaço por 24h. Ésio que se engancha na cadeira e sai andando engasgalhado com ela pelo bar afora; Ésio que, com toda sua sensibilidade, se levanta no meio de um espetáculo para conversar com uma menina em surto; o grande Zabobrim e sua pulga Jupiara no seu circo do só eu; o pequeno soldado Zabobrim no meio de uma guerra de bombas de chocolate. Ésio, Ésio... mil vezes Zabobrim. Viva o mestre!

Confissões de Mariana Inverno de 2009